Por que elegeste como figura simbólica “a guerra” para representar “a guerra simbólica”, “batalha ideológica” ou os meios hegemônicos como “unidades militares”?
Primeiro, porque esta é a mesma luta: o que mudou foram as armas. Guerra convencional, guerra de guerrilhas, guerra cultural: o inimigo é o mesmo, a utopia continua sendo a mesma. O que muda é o cenário, os ferros. O inimigo antes – há quatro décadas – usava as forças armadas para impor um modelo político, econômico e social (com mortos, desaparecidos, torturados). Hoje, não necessita de baionetas nem de tanques; basta o controle dos meios massivos de comunicação. E assim nos bombardeiam com informação, publicidade, entretenimento (séries de televisão, jogos cibernéticos, por exemplo), 24 horas por dia, com sua mensagem e imagem única, na sala ou no dormitório das nossas próprias casas.
Hoje, o campo de batalha é simbólico. Estamos em plena batalha cultural: a guerra por impor imaginários coletivos se dá através dos meios cibernéticos, audiovisuais, gráficos. E, para lutar essas batalhas pela democratização da palavra e da imagem, das nossas sociedades, é preciso aprender a usar essas novas armas, as câmeras, Internet, microfones…
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