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segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

A censura rasteira

(E os mais distraídos ou não, dizem que o discurso do PCP não é atraente, que não intervém ou até parece não existir.)

“O PCP elegeu, em 2014, três deputados ao Parlamento Europeu (PE). Abrir com esta afirmação seria desnecessário, não se desse o caso de já ter passado o meio do mandato e, no espaço mediático, a maior parte do tempo parecer que não há nem um.
De quando em vez lá há uma excepção, quando passam uns segundos de uma curta declaração de um deputado do PCP na televisão (por vezes sem sequer o identificar) ou se escreve umas linhas sobre o trabalho dos comunistas portugueses no PE nos jornais. Mas a regra é um silêncio discriminatório.
A intervenção do PCP no PE não se esgota nas reuniões de Bruxelas ou Estrasburgo e esse é o factor mais distintivo da sua intervenção. Ao longo da primeira metade do mandato, foram feitas centenas de actividades pelos deputados em Portugal, por todo o País.
De encontros com produtores agrícolas e pescadores nos Açores, ao contacto com produtores vinícolas na Madeira; de contactos com trabalhadores das autarquias e refugiados em Lisboa, a visitas a empresas de Braga; de reuniões com comissões utentes em Coimbra a visitas ao Hospital de Évora; da Base Aérea de Monte Real, em Leiria, às oficinas da EMEF do Entroncamento, em Santarém; de acções de solidariedade com o povo palestiniano na Península de Setúbal a visitas a serviços públicos do Algarve; do debate no Politécnico de Portalegre à sessão sobre o euro em Bragança; do contacto com os trabalhadores da Petrogal, no Porto, aos apicultores de Viana do Castelo; do encontro com os bombeiros de Viseu aos produtores florestais de Castelo Branco; das reuniões com compartes dos baldios de Vila Real aos produtores de ovos moles de Aveiro...
A lista de acções é tão extensa, em apenas meio mandato, que qualquer enumeração peca por defeito, mas ainda assim, a comunicação social nacional ignorou-as por completo. Registe-se, em muitos casos, o contraste com a imprensa local
A estas acções mais localizadas, juntam-se ainda 11 seminários, seis em Bruxelas e cinco em Portugal, sobre questões relacionadas com os direitos dos trabalhadores, a moeda única, a dívida, os transportes, a banca, as pescas, a crise na e da União Europeia, a luta contra o fascismo e pela paz ou os direitos de licença parental. O tratamento pela comunicação social nacional segue o mesmo tom: a falta de comparência e o brutal silenciamento. Temas que até têm tido amplo tratamento mediático como a prostituição e a sua legalização, quando se trata de um Seminário do PCP merecem zero linhas, zero segundos.
Em 2019 haverá eleições para o PE e lá os ouviremos dizer que «se desconhece quem são e o que os deputados lá fazem no PE» e «que só lá estão para se encher». Não será por acaso.
Os deputados comunistas portugueses prosseguirão um trabalho ímpar na defesa da soberania nacional, dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País, contra os constrangimentos impostos pela UE e pelo euro, por uma Europa de cooperação, de justiça social e de paz. Mas se esse trabalho tem sido escandalosamente apagado do espaço mediático, os seus autores terão uma vantagem: é que estiveram nas lutas pelo direito a decidir, soberanamente, sobre o futuro do nosso País, mesmo que as câmaras e os microfones não os acompanhassem.”

1 comentário:

  1. Creio, e se estiver errado elucidem-me, que: -> O fascismo não acabou com o 25 de Abril de 1974!

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